Por Jotta Oliveira - editor do Correio Goiano
Ser jornalista em uma cidade como Piranhas é, antes de
tudo, um compromisso com a verdade, mas também um privilégio. Todos os dias
tenho a chance de contar histórias que refletem a vida real da nossa gente, que
mostram os desafios, sim, mas também os avanços, os talentos e as vitórias que
acontecem por aqui e merecem ser celebradas.
Sou um jornalista autodidata há 13 anos e, mesmo não
tendo me sentado em um banco de faculdade por motivos que contarei em outro
momento, aprendi, ao longo desse tempo de atuação, que tenho a responsabilidade
de acompanhar de perto a atuação do poder público, cobrar quando algo não vai
bem e defender o direito da população a serviços públicos de qualidade. Já
noticiei problemas na saúde, na educação, obras paradas, decisões polêmicas tomadas
pelo Legislativo e pelo Executivo. E sigo atento a isso.
Mas o jornalismo que faço e em que acredito vai muito
além disso. Também é minha missão mostrar o que há de bom na nossa cidade. E,
felizmente, não faltam boas histórias para contar.
Piranhas é feita por gente trabalhadora, que batalha com
dignidade, que sonha alto, que vence nos negócios, na educação, no esporte, na
cultura, dentre tantas outras áreas. Já entrevistei estudantes premiados,
agricultores que inovam na lida com a terra, mulheres que se tornaram
referência em suas comunidades, jovens que brilham em competições esportivas.
Essas são conquistas que inspiram e que merecem ganhar espaço.
Acompanho de perto os campeonatos de futebol amador, as
cavalgadas, os encontros religiosos, as festas tradicionais que movimentam
nossa cidade e mantêm viva a nossa cultura. Cobrir eventos como a Festa do
Divino Pai Eterno, a Festa do Padroeiro Santo Antônio ou até uma
confraternização no bairro é também valorizar nossa identidade, nossas raízes,
nossa alegria de viver.
Essas pautas não têm o peso de um furo de reportagem, mas
têm uma importância enorme pelo fato de fortalecerem nosso sentimento de
pertencimento, de reforçarem o orgulho de ser piranhasense e de mostrarem que
nossa cidade também é feita de esperança, superação e afeto.
Informar com responsabilidade é a base do meu trabalho.
E, numa cidade pequena como a nossa, onde todos se conhecem, isso exige ainda
mais cuidado. Aqui, a notícia tem nome, endereço e consequências. Por isso,
cada apuração, cada entrevista, cada reportagem exige seriedade e respeito com
a verdade, com as fontes e, principalmente, com o público que consome a
informação.
E essa proximidade é justamente o que me move. Ser
chamado pelo nome nas ruas, receber uma denúncia por mensagem, escutar um
elogio ou uma crítica no barzinho, durante um momento de lazer com a família,
mostra que as pessoas acompanham, se importam, querem ser ouvidas. É esse
vínculo direto com a comunidade que torna o jornalismo local tão importante.
A imprensa local não é um problema para a cidade. É parte
da solução. É ela que ajuda o cidadão a entender seus direitos, a participar
das decisões e a se orgulhar do lugar onde vive. É ela que eterniza momentos,
que registra os fatos, que constrói a memória coletiva da nossa comunidade.
Por aqui, ou nos outros veículos de comunicação
em que atuo, a minha missão sempre será clara: mostrar a realidade como ela é,
questionar o que precisa ser questionado, mas também valorizar o que merece ser
celebrado.
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