Armadilhas Eleitoreiras Digitais: Um alerta aos vereadores do município de Piranhas

Artigo de Jotta Oliveira fala sobre a influência das redes sociais no trabalho dos parlamentares piranhenses

Vereadores durante sessão da Câmara Municipal de Piranhas (Foto: Reprodução/YouTube)

Alguns dos vereadores do município de Piranhas parecem não estar notando uma dinâmica política nas redes sociais que tem transformado os nobres parlamentares em “trampolins eleitorais” para aqueles que querem ocupar os seus lugares depois do dia 31 de dezembro. Sem perceber, os representantes do povo têm cedido às pressões de pré-candidatos, proporcionando a estes uma plataforma improvável que tentarei explicar aqui.

Em um cenário político que é sempre marcado por disputas acirradas pelos cargos do Legislativo, tenho notado ações de pré-candidatos – executadas de maneira pensada ou não –, com o uso das redes sociais para instigar a reação de agentes políticos eleitos através de áudios, vídeos e textos críticos. Na maioria dos casos, o autor reclama de um problema existente que, em tese, precisa ser resolvido pelo poder público e, ao mesmo tempo, deprecia o desempenho de um determinado parlamentar, montando o que eu passei a chamar de “armadilha eleitoreira digital”.

Irritado com as críticas – justas ou não –, o criticado, ingenuamente, responde nas mesmas plataformas digitais onde foi instigado, ou até mesmo durante sessões da Câmara Municipal, concedendo uma visibilidade para alguém que, até então, era um desconhecido do grande público, o elevando ao patamar de adversário relevante, mesmo que o tal não tenha nenhuma relevância política.

E, no meio de tudo isso, fica o eleitor como um peão neste xadrez político onde quem sempre sai derrotado é ele mesmo.

Diante dessa realidade, acredito ser importante que os vereadores piranhenses façam, pelo menos, três reflexões: Pautar as suas discussões parlamentares majoritariamente pelo que é dito nas redes sociais está sendo útil para a sociedade? As suas ações ainda são baseadas nas convicções que os levaram a se candidatar e a serem eleitos? Estas trocas de farpas não estariam contribuindo para a ascensão de indivíduos sem espírito público e que são guiados por objetivos meramente pessoais que nada contribuem para o bem comum?

Por fim, ressalto que esta é uma análise pessoal que não tem o intuito de generalizar. Ao longo dos anos, tive a oportunidade de conversar com cidadãos extremamente politizados e que tem propostas construtivas que merecem e devem ser inseridas nos debates democráticos. O alerta aqui é direcionado àqueles que identificam as redes sociais como uma ferramenta para desqualificar seus oponentes políticos, desviando o foco de questões essenciais que transformam a vida de todos à curto, médio e longo prazo.

Na medida em que as eleições municipais se aproximam, o eleitor precisa ficar atento ao conteúdo que consome, principalmente nas redes sociais. Seja exigente e não aceite menos que um debate público propositivo, com ideias consistentes, e não permita que a "armadilhas eleitoreiras digitais" também desviem a atenção do que realmente importa: o bem-estar e o desenvolvimento do seu município.

 

Por Jotta Oliveira – do Correio Goiano

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