Lenacapavir é antirretroviral de ação prolongada que pode ser administrado apenas duas vezes ao ano e mostrou alta eficácia na prevenção da infecção
![]() |
(Foto: Reprodução) |
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu, nesta
segunda-feira (14/07), uma nova recomendação para o uso do medicamento
lenacapavir como estratégia de prevenção ao HIV. A medida, classificada como
histórica pela entidade, oferece uma alternativa eficaz e de longa duração aos
métodos tradicionais utilizados atualmente.
Segundo a OMS, o lenacapavir é um antirretroviral de ação prolongada que pode ser administrado de forma injetável a cada seis meses. O medicamento demonstrou eficácia elevada na prevenção da infecção entre pessoas em risco, superando desafios comuns enfrentados por métodos orais diários, como baixa adesão, estigmas e dificuldades no acesso a serviços de saúde.
"Com apenas duas doses por ano, representa um passo transformador na proteção das pessoas em risco", afirmou a organização em comunicado oficial. A OMS também reforçou que o uso do lenacapavir pode ser fundamental para populações vulneráveis, que têm mais dificuldade em seguir regimes diários de medicação.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a importância da inovação: "Embora não haja uma vacina contra o vírus, o fármaco lenacapavir é a segunda melhor coisa". Segundo ele, o antirretroviral "demonstrou em ensaios prevenir quase todas as infecções por HIV entre as pessoas em risco", e a OMS está comprometida em "trabalhar com países e parceiros para garantir que esta inovação chegue às comunidades da forma mais rápida e segura possível".
A nova orientação chega em um momento considerado crítico pela organização, diante da estagnação nos esforços de prevenção da doença. Em 2024, foram registrados 1,3 milhão de novos casos de HIV no mundo. Estimativas da OMS apontam que, no ano passado, havia 40,8 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo 65% na África. No mesmo período, aproximadamente 630 mil pessoas morreram em decorrência de complicações relacionadas à infecção.
0 Comentários