Com música e comidas típicas, o figurino para as festividades de junho mistura história, cultura e tradição
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(Foto: Reprodução) |
O período de festas juninas chegou, carregando consigo
uma das bagagens culturais mais fortes do Brasil. Quando se fala nelas, tem-se
um verdadeiro pacote de elementos da brasilidade, seja com a culinária, com a
música e com os trajes típicos dessa celebração.
Em Goiás, as roupas típicas refletem a cultura caipira e sertaneja, com trajes coloridos e cheios de detalhes. Para os homens, camisas xadrez, calças remendadas com tecidos contrastantes e chapéus de palha. Já para as mulheres, saias rodadas, blusas rendadas e laços no cabelo.
Esses trajes misturam um pouco de luxo, galhofa e crítica social. Enquanto os remendos nas roupas masculinas simbolizam a vida simples do interior, os belos vestidos coloridos e adornados retratam o espero que o povo do campo tem com sua apresentação pessoal.
Coordenadora do curso de Design de Moda da Estácio, Ana Carolina de Santana traz dicas para montar um figurino digno das melhores festas juninas: “Use peças que você já tem, como camisas xadrez, calças jeans ou saias, e customize-as com remendos de tecido de peças que estejam desgastadas ou ‘empoeirando’ no seu guarda-roupa!”.
Para a professora, o segredo está na criatividade: uma blusa rendada pode ganhar novos detalhes com retalhos de chita. Aposte em chapéus de palha artesanais ou modelos feitos com fibras naturais, evitando plástico. Use colares e pulseiras de sementes ou materiais reutilizados (como miçangas de papel), substitua enfeites sintéticos por retalhos de tecido. “E por que não organizar um brechó junino? Troque trajes com amigos ou familiares para renovar o visual sem consumo novo”, sugere a professora.
Para Ana Carolina, as festas juninas podem ser uma oportunidade para adotar práticas mais conscientes. “Além de manter a tradição viva, você reduz o desperdício e apoia a economia local e artesanal. As festas juninas são, por essência, uma celebração da comunidade — e nada mais alinhado com esse espírito do que cuidar do planeta enquanto se diverte!”, resume.
A festa do povo
Das capitais ao interior, as festas juninas invadem igrejas, escolas, associações de bairro, grupos de amigos e casas particulares. Basta ter um local e a disposição, que a festa já pode começar: afinal, assim como no samba e no futebol, o brasileiro parece que já nasceu pronto para dançar quadrilha.
Ao reunir tradições culturais, religiosas e sociais, as festas juninas fortalecem a identidade nacional. Trazida pelos portugueses, carrega raízes no catolicismo europeu com homenagens a São João, Santo Antônio e São Pedro. Mesmo assim, se adaptou às influências indígenas, africanas e sertanejas; soube se reinventar com o tempo e se tornou uma expressão única da miscigenação brasileira.
A festa junina promove a sociabilidade, o folclore e a economia local, movimentando artesanato, agricultura e turismo. Ela preserva a história do povo brasileiro em um cenário repleto de mesa farta, figurinos únicos, música boa e muita alegria.
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