Tempo seco aumenta risco de acidentes com animais peçonhentos

De janeiro a julho de 2025, já foram registrados mais de 7,6 mil casos em Goiás

(Foto: Reprodução)

Com a chegada do período de estiagem em Goiás, marcado pelo tempo seco e pelo aumento das queimadas no Cerrado, cresce também a presença de animais peçonhentos em áreas urbanas e próximas às residências. A consequência direta é o aumento do número de acidentes desse tipo no estado.

De janeiro a julho de 2025, o Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do Governo de Goiás, registrou 293 atendimentos relacionados a ataques de animais peçonhentos. No mesmo período, em todo o estado, já foram contabilizados 7.648 casos.

Os dados do HEF mostram a diversidade de espécies envolvidas nesses acidentes: 22 ocorrências com serpentes, 7 com aranhas, 237 com escorpiões, 12 com abelhas e 15 relacionadas a outros animais, como lagartas e lacraias. Esses números refletem o potencial risco que a fauna local representa, especialmente durante o tempo seco, quando os animais buscam abrigo em ambientes urbanos.

Cuidados necessários

Especialistas destacam a importância de adotar medidas simples de prevenção. Entre elas estão o uso de calçados fechados e luvas ao trabalhar em áreas de vegetação, roçados, galpões ou depósitos; evitar o manuseio de entulhos, pedras, pilhas de madeira ou folhas secas sem a devida proteção; manter quintais limpos e com o mato aparado; vedar frestas e vãos em portas, janelas e paredes; além de verificar calçados, roupas e toalhas antes de utilizá-los.

O que fazer em caso de picada

Se ocorrer um acidente, a primeira orientação é manter a calma, já que movimentos bruscos podem acelerar a circulação do veneno no organismo. A área atingida deve ser imobilizada e mantida, sempre que possível, abaixo do nível do coração.

No caso de picadas de serpentes, o soro antiofídico é o tratamento mais eficaz e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Observar o animal de forma segura, sem tentar capturá-lo, também pode ajudar na identificação da espécie. Características como formato da cabeça, coloração, presença de guizo ou da fosseta loreal — cavidade localizada entre o olho e a narina em certas cobras — são informações valiosas para os profissionais de saúde.

Após a picada, recomenda-se lavar o local com água e sabão. Não devem ser utilizados torniquetes, cortes, sucção do veneno nem aplicação de substâncias caseiras, como folhas, pó de café ou álcool.

A orientação é procurar atendimento médico imediato, mesmo que os sintomas pareçam leves. Em caso de dúvidas, a população pode entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás (Ciatox) pelo telefone 0800 646 4350.

 

Editado por Jotta Oliveira – do Correio Goiano, com informações da SES-GO

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