Polícia Civil cumpre 100 mandados contra organização especializada em golpes digitais

Operação Rede Integrada apura fraudes como golpe do novo número, perfil falso e sextorsão; mais de 1.100 contas bancárias foram usadas pelos criminosos

(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quarta-feira (22/04), a 2ª fase da Operação Rede Integrada, uma ofensiva contra uma organização criminosa especializada em fraudes digitais. A ação teve como objetivo o cumprimento de 100 mandados judiciais de prisão temporária e de busca e apreensão — sendo 96 em Goiás, dois no Tocantins e dois no Distrito Federal —, além do bloqueio dos saldos em contas bancárias de todos os investigados.

A operação foi coordenada pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Gref), e contou com o apoio das Polícias Civis do Tocantins e do Distrito Federal.

A investigação apura a atuação de uma associação criminosa especializada em diversos tipos de golpes, como o do novo número, do falso intermediário, do falso boleto, do perfil falso e o golpe do nude (sextorsão), além da lavagem de dinheiro das fraudes.

Os crimes cometidos pelo grupo são tipificados como estelionato qualificado, associação criminosa e lavagem de capitais.

A Polícia Civil identificou integrantes em todos os níveis hierárquicos da organização, compondo o que foi denominado como “cadeia do crime” — desde os responsáveis pela engenharia social que enganam as vítimas, passando pelos captadores e fornecedores de contas bancárias, até aqueles que efetivamente aplicavam os golpes.

De acordo com as investigações, muitos dos envolvidos são egressos do sistema prisional, com histórico de atuação em outros crimes. Ao longo do tempo, diversos investigados evoluíram dentro da organização, passando de simples “conteiros” — pessoas que emprestam ou alugam contas bancárias — para funções de maior responsabilidade, como captadores de contas e operadores diretos dos golpes.

Com o aprofundamento das apurações, foram identificadas 157 ocorrências policiais registradas entre 2021 e 2024, todas relacionadas aos 50 principais investigados, com vítimas em diversos estados do país.

Além disso, os criminosos utilizavam mais de 1.100 contas bancárias para movimentar os valores obtidos ilicitamente, evidenciando o alto grau de organização e alcance das fraudes praticadas pela associação.

A Polícia Civil segue com as investigações para aprofundar a identificação de outros possíveis envolvidos e mapear completamente a estrutura financeira e logística da organização.

 

Editado por Jotta Oliveira – do Correio Goiano

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