Delegado confirma indiciamento de pastor e advogado pelos crimes de desacato e injúria racial contra guarda do Hospital Municipal de Piranhas

Vítima é um homem negro de 65 anos. Fatos ocorreram em novembro de 2022

(Foto: Arquivo/Correio Goiano)

A Polícia Civil indiciou um advogado e seu pai pastor pelos crimes de desacato e injúria qualificada pelo racismo praticados em novembro de 2022 contra um dos guardas do Hospital Municipal Cristo Redentor, em Piranhas. A vítima é um homem negro de 65 anos.

As informações foram publicadas no site da Polícia Civil e confirmadas pelo Correio Goiano na tarde desta quinta-feira (31/08), após contato com o delegado Igor Moreira, titular da Delegacia de Piranhas. As identidades dos acusados e da vítima não foram divulgadas.

De acordo com o inquérito policial, tudo começou quando os acusados tentaram entrar no Hospital Municipal de Piranhas fora do horário de visitas, alegando o desejo de visitar um paciente. A tentativa de acesso irregular teria levado a um confronto com o guarda encarregado da segurança da unidade de saúde. Os dois empurraram o portão, forçando a passagem e desrespeitando a autoridade do servidor.

 Ainda segundo a polícia, o cenário, já tenso, tomou um rumo ainda mais grave quando o pastor e o advogado proferiram comentários racistas e discriminatórios em relação ao guarda. Eles questionaram a dignidade do servidor público, perguntando se ele "não tinha vergonha de trabalhar num lugar desse", menosprezando a importância de sua função. Em seguida, teriam se aproximado do balcão da enfermagem e perguntado: “como vocês deixam ‘um nego desse’ trabalhar aqui? Ele deveria estar em uma cocheira, local de abrigo de carroças e cavalos”.

Diante da situação, o guarda acabou passando mal. Sua pressão arterial subiu, tornando necessário o atendimento médico.

Com a conclusão do inquérito e a decisão pelo indiciamento dos acusados, os autos serão encaminhados ao Ministério Público, que, por sua vez, passa a analisar tudo o que foi apurado para decidir se apresenta denúncia ao Poder Judiciário ou requisita mais diligências investigatórias policiais.

 

Por Jotta Oliveira – do Correio Goiano

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