Piranhense recebe maior prêmio cultural do Estado de Goiás

Saracura do Brejo recebeu honraria concedida pelo Conselho Estadual de Cultura que já também foi concedida à poetisa Cora Coralina

Cerimônia de entrega do Prêmio Jaburu aconteceu na última terça-feira (9/05), no Teatro Goiânia (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Natural de Piranhas, o artista independente Saracura do Brejo, recebeu o Prêmio Jaburu, maior premiação cultural de Goiás. A honraria é concedida pelo Conselho Estadual de Cultura, com apoio do Governo de Goiás, por meio das secretarias da Cultura (Secult) e da Retomada. A cerimônia de entrega aconteceu na última terça-feira (9/05), no Teatro Goiânia.

O piranhense recebeu a homenagem de Destaque Cultural do Ano referente a 2021, uma vez que a premiação não foi realizada nos anos de 2020, 2021 e 2022 em virtude da pandemia.

“Mesmo agora, em 2023, sobrevivemos e seguimos. É tão lindo fazer parte da cultura do meu estado, porque ser goiano durante muito tempo me fez sentir menos artista, me fez ver minha caminhada mais distante e dura. Agora vejo como fiz a escolha certa, seguir aqui, resistir e existir aqui no meu Estado”, disse o jovem homenageado em uma publicação nas suas redes sociais.

O Prêmio Jaburu é entregue anualmente às pessoas ou entidades de destaque no cenário da cultura. A poetisa Cora Coralina foi a primeira homenageada, em 1980.

Trajetória

Saracura do Brejo nasceu no município de Piranhas e saiu cedo do interior para se dedicar aos estudos. “Saí da cidade em 2001 e nunca mais voltei para morar. Saí para estudar, mas logo comecei a trabalhar com recreação infantil”, explica o artista, que encontrou na arte a forma de expressar sua própria vida.

“Montei um parque de diversões itinerante aos 19 anos, o que me permitiu conhecer toda a região. Mas, aos 23 anos, percebi que o meu sonho era viver da minha arte”, relembra, Saracura. Foi assim que, em 2007, ele vendeu todos os brinquedos e passou a se dedicar, totalmente, à arte circense, com a qual trabalha até hoje.

Saracura começou suas performances como artista de rua e realizou várias formações, chegando a participar de um intercâmbio na Europa. “Estudei na renomada Escola Internacional de Circo, localizada em Granada, na Espanha. Lá, tive a oportunidade de me desenvolver muito e voltei cheio de ideias, incluindo a de montar um espaço independente de arte”, narra.

Entre 2012 e 2017, Saracura do Brejo manteve a estrutura em sua residência, em Goiânia, onde ofertava formação para artistas, além de fornecer o espaço cultural para reuniões e performances. Mas, em 2018, o chamado pela quietude o levou para a Cidade de Goiás. “É um lugar onde nós encontramos uma conexão maior com a comunidade artística, a qual eu não havia experimentado em Goiânia, até então. Além de trazer outro ritmo, com maior qualidade de vida”, explica.

Saracura do Brejo é palhaço profissional e filho da professora Janete Ribeiro e do produtor rural Suedes Antônio do Nascimento. Além de artista independente, ele é o fundador do Casarão Cultural Rosinha do Brejo, espaço localizado na Cidade de Goiás, que funciona como espaço cultural e, também, como hostel para viajantes e turistas que vão à cidade.

O artista já foi premiado no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), com a produção Verde Cor de Rosa, documentário produzido em 2020, a partir do registro audiovisual da cerimônia de casamento de Saracura e Tor Teixeira, artista plástico e tatuador.

 

Por Jotta Oliveira – do Correio Goiano, com informações de O+Positivo

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