Goiás decreta situação de emergência diante do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

Estado registra aumento de 33% nas internações por Srag em 2025 e amplia medidas de enfrentamento; idosos e crianças são os mais afetados

(Foto: Reprodução)

O Governo de Goiás decretou, nesta segunda-feira (30/06), situação de emergência em saúde pública devido ao expressivo aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em 2025. A medida foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial do Estado e tem como objetivo ampliar a resposta da rede hospitalar diante da pressão crescente por leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), nas últimas sete semanas epidemiológicas, a taxa de incidência de Srag no estado permaneceu acima do limite esperado, configurando um cenário de alerta contínuo. Desde o início do ano, 6.743 casos foram registrados, sendo: 1.117 por Influenza; 306 por Covid-19; 1.486 por Vírus Sincicial Respiratório; e 680 por Rinovírus.

Além da elevação dos casos, houve crescimento expressivo nas solicitações de internação: 10.676 pedidos entre janeiro e junho deste ano, contra 8.011 no mesmo período de 2024 — o que representa uma alta de 33,27%. Somente em maio, foram 2.406 solicitações de internação, frente a 1.767 no mesmo mês do ano passado.

Medidas emergenciais

Com o decreto, o Governo do Estado poderá abrir novos leitos hospitalares de forma imediata para atendimento de pacientes com quadros respiratórios graves, além de agilizar contratações, compras emergenciais e repasses aos municípios. Até o momento, 24 cidades goianas solicitaram ao Ministério da Saúde a conversão de leitos de UTI adulto em unidades voltadas especificamente ao tratamento da Srag.

A SES-GO mantém ativa desde 15 de maio a Sala de Situação de Doenças Respiratórias, estrutura criada para monitorar em tempo real a evolução dos casos, a taxa de ocupação hospitalar e a definição de medidas preventivas e assistenciais. O grupo realiza reuniões semanais e articula as diferentes áreas técnicas da secretaria.

Casos em alta e vacinação abaixo da meta

A análise do Diagrama de Controle da Influenza mostra que o aumento de casos começou no final de março, com pico entre o fim de abril e o início de junho — semanas epidemiológicas 17 a 21. No ano de 2024, Goiás registrou 7.477 casos de Srag, sendo 905 por Influenza e 960 por Covid-19.

Para conter o avanço da doença, a campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) foi iniciada no dia 1º de abril. Após 45 dias de aplicação exclusiva para os grupos prioritários, a imunização foi liberada para toda a população a partir dos 6 meses de idade, no dia 16 de maio.

Até o momento, Goiás registra cobertura vacinal de 39%, com 1.502.876 doses aplicadas das 2.207.980 distribuídas. No ano anterior, a cobertura entre os grupos prioritários foi de 48,74%. A baixa adesão à vacinação, segundo a SES, aumenta o risco de agravamento da doença, especialmente entre os mais vulneráveis, e pode comprometer a capacidade de resposta do sistema de saúde.

Grupos mais afetados

Os dados por faixa etária mostram que crianças e idosos são os mais afetados pela Srag em Goiás em 2025. Dos 6.743 casos registrados até o momento, a maioria concentra-se em: 2.654 em menores de 2 anos; 754 em crianças de 2 a 4 anos; 659 em crianças de 5 a 9 anos; e 1.414 em pessoas com mais de 60 anos.

Em relação aos óbitos, dos 402 casos confirmados até agora: 256 ocorreram em idosos acima de 60 anos; 40 em crianças menores de 2 anos; 35 entre 50 e 59 anos; e 29 entre 40 e 49 anos.

Alerta contínuo

A Secretaria da Saúde reforça o apelo à população para que busque a vacinação como medida de prevenção, especialmente os grupos mais vulneráveis. O cenário epidemiológico atual exige vigilância contínua e ações coordenadas entre o estado e os municípios para evitar o colapso da rede hospitalar.

A população pode consultar informações atualizadas sobre a campanha de vacinação e locais de atendimento por meio dos canais oficiais da SES-GO e das secretarias municipais de saúde.

 

Editado por Jotta Oliveira – do Correio Goiano

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