Combate à Meningite: Saúde alerta para riscos e reforça importância da vacinação

Especialistas destaca a gravidade da forma bacteriana e aponta imunização como principal forma de prevenção

(Foto: Reprodução)

Com a chegada do Dia Mundial de Combate à Meningite, celebrado em 24 de abril, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) reforça o alerta à população sobre os perigos da doença e a necessidade de medidas preventivas. A mobilização é realizada por meio do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade de referência no atendimento a casos suspeitos no estado.

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus ou fungos. Conforme dados divulgados pela SES-GO, foram registrados 290 casos de meningite em todo o estado durante o ano de 2024. Já em 2025, de janeiro a março, foram confirmados 30 casos – número inferior ao mesmo período do ano anterior, que somou 52 confirmações.

No HDT, que é uma das principais portas de entrada para pacientes com sintomas, o ano de 2024 contabilizou 165 notificações da doença, com 127 casos confirmados e seis óbitos. Em 2025, até o início de abril, a unidade notificou 30 casos suspeitos, sendo 16 confirmados. Até o momento, não houve registro de mortes este ano, embora oito casos ainda estejam em análise.

Sintomas e gravidade

A infectologista pediátrica do HDT, Roberta Rassi, ressalta que a forma bacteriana da meningite é a mais grave. “A forma bacteriana geralmente é a mais grave e pode evoluir rapidamente, com risco de sequelas ou até de óbito se não tratada a tempo”, alerta.

Os sintomas da doença variam conforme a idade do paciente. Em recém-nascidos, os sinais podem ser inespecíficos, como febre (ou até hipotermia), irritabilidade, vômitos e sonolência excessiva. Em crianças maiores e adultos, os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça intensa (cefaleia) e vômitos.

A médica explica que “a transmissão da forma bacteriana ocorre principalmente de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias. Casos também podem surgir como complicação de infecções como sinusite ou otite não tratadas”.

Além disso, a meningite viral pode ser causada por diferentes tipos de vírus, incluindo os da dengue e da catapora.

Tratamento e sequelas

O tratamento, especialmente no caso da forma bacteriana, deve ser feito exclusivamente em ambiente hospitalar. Os medicamentos são administrados por via endovenosa, e o tempo de internação depende do agente causador e da resposta do paciente.

As possíveis sequelas da meningite incluem perda auditiva, dificuldades motoras, problemas na fala e, em casos mais graves, danos neurológicos irreversíveis.

Prevenção pela vacinação

A principal forma de prevenção contra a meningite é a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, vacinas eficazes contra os três principais agentes bacterianos causadores da doença.

A imunização começa cedo: aos dois meses de idade, o bebê já recebe a vacina pneumocócica 10-valente e a pentavalente (que protege contra o Haemophilus influenzae). Aos três meses, é aplicada a vacina meningocócica do tipo C.

“Manter o calendário vacinal atualizado é essencial para proteger as crianças e os adolescentes contra essa doença tão grave. A vacinação adequada desde os primeiros meses de vida pode evitar internações, sequelas e mortes”, reforça Roberta Rassi.

 

Editado por Jotta Oliveira – do Correio Goiano

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